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Sexo num ciclo vicioso

  • segunda-feira, 21 de novembro de 2011
  • Mano
  • Acordei com as batidas na porta do meu apartamento. Admirei-me pois o porteiro deixou que subisse. Na certa era conhecido.Mandei um “Já vai” lá de dentro, do quarto. Fui devagarinho até a porta, olhei para baixo. Vi uma sombra de pés por entre o vão que fica, entre a porta e o chão. Pés de alguém que queria falar comigo, claro. Olhei pelo olho mágico, aflita. Para quê? Era só o meu primo Henrique!
         Abri a porta, toda animada. Me atirei num longo abraço apertado em cima de Henrique. Ele sorrindo, meio suado. Vinha caminhando desde a casa de Tia Ninha até aqui. Henrique era grande, forte. Muito mulherengo, eu sabia. Mas a que devia essa visita? Dei-lhe um beijo no rosto, um cheiro no pescoço, que homem cheiroso. Ele nada ainda tinha falado.
        Entrou. Esticou os braços, com um buquê de flores, na minha direção:
    - É que faz tanto tempo que a gente não se vê, Luiza. Eu precisava olhar para você, saber como você está. Essas coisas. Tome, isso é teu!
    - Obrigada, primo. Eu até não acreditei quando vi você pelo olho mágico. É que o porteiro nem avisou,nem nada.
    - Seu Pedro? Ah, eu conheço seu Pedro assim,ó. Pra ele, eu já sou de casa. Mas, eu tou te importunando, prima?
    - Que é isso, primo. Faz tanto tempo que a gente não se vê. Eu fico até feliz com a sua visita. Você bebe algo?
    - Eu aceito uma cerveja.
    - Espera só um segundo, eu vou pegar na geladeira.
           Saí da sala e deixei Henrique sentado no sofá. Ele admirava a casa, olhava para tudo. Abri a porta da geladeira, abri o congelador, tirei uma lata de cerveja de dentro. Quando ia fechando a geladeira, olhei pelo espelho que tem na caixa de legumes e notei que eu estava só de calcinha e blusa. Que vergonha! A minha alegria fora tanta ao ver Henrique que eu tinha até esquecido de pôr uma roupa decente. Mas agora era tarde! Tinha de levar a cerveja até ele. Parece até que ele não se importava com aquilo, agia tão naturalmente.
         Cheguei na sala, Henrique estava de pé, uma das mãos metidas no bolso, a outra segurava um porta-retratos onde havia uma foto minha com ele, que ainda estava nas recordações:
    - Quanto tempo,hein,essa foto, priminha?
    - É. Há anos que ela está aí.
    - Cinco anos, cinco carnavais, cinco natais...
    - É, muito tempo,não acha?
    - Muito mesmo. Você mudou tanto.
          Ah, eu tinha mudado mesmo. Mudei meus gostos, minhas preferências, mudei de vida. Henrique sentiu isso. Olhou-me um pouco tempo, depois sentou-se. Alguns segundos se passaram e ele nem aí pra mim. Eu realmente estava querendo algo com aquele menino ali mesmo, afinal, nem todo dia o destino manda um homem daquele passear no meu apê. Ele lá, com aquela bermuda cinza e a camiseta preta. Eu só de blusinha e calcinha. A certa altura, ofereci outra bebida:
    - Outra cerveja,primo?
    - Acho que essa está de bom tamanho.
    - Não me faça uma desfeita dessa,rapaz.
    - Você sabe como eu fico quando eu bebo.
    - Você ta com medo de não resistir a mim,não é?
          Agora ele entendia o que realmente eu queria. Acho que nós dois queríamos. Aquela visita surpresa do meu primo não era assim, a toa. Se ele estava ali, trazendo rosas, e com aquela desculpinha esfarrapada. Olhei para Henrique com uma cara de safadesa que só eu sei fazer, e comecei:
    - Calor,não é?
    - Realmente, o tempo está quente.
    - É. Eu não consigo ficar assim. Sou muito calorenta.
        Tirei a calcinha. Sim, tirei. Ele ficou me olhando algum tempo, depois eu fui até ele, e dei-lhe um beijo no rosto. Sentei do lado dele, no sofá. E fiquei olhando para ele, esperando algum tipo de reação. Eu sentia que ele estava doido para me abocanhar, mas alguma coisa o impedia, talvez algum tipo de valor moral familiar, não sei. Ele era galinha, mas com família não mexia. Não estava nem aí para isso. Queria mesmo aquele cara:
    - Então...
    - Eu não tou entendendo, prima.
    - Claro que está.
    - Estou. Mas não sei se é certo
    - Claro que é certo. Eu estou doida por você e você aí,babando por mim. O que é que tem de tão errado nisso?
    - Você tem razão.
           Ui! Eu estava coberta de razão. Subi nele, sentei no colo. Fui logo beijando. Ele com a mão no meu bumbum, eu dando aqueles gemidinhos baixinhos e ao mesmo tempo o beijando.Eu tinha muito amor pra dar e ele muito tesão pra comer. Comecei a pular um pouquinho no colo dele. Como Henrique era másculo. Ele começou a tirar a camiseta, eu me ajeitando no colo. O calor era grande, estava derretendo. Tirei minha blusa. Henrique me babou toda. Eu gemia, e queria mais. Ele também. Fomos querendo um ao outro pelas horas.
          Ele levantou-se, brusco. Uh, sexo selvagem, pensei. Tirou o short, a cueca. Tapou a minha boca com a mão. Que gostoso. Ficamos ali, no sofá, por vários minutos;por várias posições;por vários prazeres. Até que ele olhou para o relógio, viu a hora:
    - Minha nossa senhora, Luiza, eu estou atrasado.
    - não, fica mais um pouco.
    - Não dá. Se eu não for agora pra casa, a Silvana vai descobrir.
    - Quem é Silvana?
    - Ninguém. Deixa pra lá.
          Eu fiz força para não chorar. Nada daquilo significava pra ele. Era apenas sexo, sexo. Eu também encarava como sexo, sexo. Mas ainda que fosse apenas sexo, era entre nós dois, eu e Henrique. Ele levantou-se, colocou toda a roupa, o cabelo arrepiado. Meu Henrique indo embora.
        Fui tentar dormir. Relaxar. Aquilo ali estava tão recente, Henrique saiu muito apressado depois de anos sem me ver.  Tudo bem. Deitei na cama, e agarrei no sono, sono bom...
        Acordei com as batidas na porta do meu apartamento. Admirei-me pois o porteiro deixou que subisse. Na certa era conhecido.Mandei um “Já vai” lá de dentro, do quarto. Fui devagarinho até a porta, olhei para baixo. Vi uma sombra de pés por entre o vão que fica, entre a porta e o chão. Pés de alguém que queria falar comigo, claro. Olhei pelo olho mágico, aflita. Para quê? Era só o porteiro, seu Pedro!

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