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Amor #1

  • domingo, 20 de novembro de 2011
  • Felipe D´Castro

  • à Maria Isabelle

    Há tempos de gelo no coração dum homem!
    Não te preocupes, bela de olhos de ressaca,
    Que amor é assim, ora! Amor finge que some,
    Que falece, que se despede, que se acaba!

    Ah, quantas vezes meu coração teve fome!
    Quantas vezes, meu Deus, esta friíssima estaca
    Que o Amor forja às sombras teve o meu nome,
    E agora com o teu nome, bela, ela te ataca?

    Acostuma-te, pois, minha amiga, a esta trama,
    Ainda que fria, que amnésica, ainda que dor,
    Porque o pior que há no amor é ser aquele que ama.

    Dir-te-ia qualquer mago, mulher de belo olhar,
    Que esperasses mais um pouco pelo teu amor
    Pois é frio por ora, mas não se vive sem amar.

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